Strategy Analytics

Janete Ribeiro
3 min readOct 21, 2021
fonte: freepik

Na economia digital, aprendemos a utilizar modelos estatísticos ou “Advanced Analytics” como uma ferramenta para identificar perfis de clientes (Analytics behavior), ou prever tendencias de consumo (Predictive Analytics), resultados de campanhas de marketing.

As vantagens das análises preditivas, prescritivas já estão incorporadas no que chamamos de marketing digital e em alguns processos industriais, como por exemplo a manutenção preventiva de equipamentos, o planejamento da produção, porém quando falamos de estratégia de negócios ou inteligência de mercado, estas técnicas ainda são pouco utilizadas para embasar as decisões fundamentais no que tange a gestão das empresas.

Mas quando falamos por exemplo, da análise de um novo mercado, o mapeamento dos sinais fracos de alguma tendência macroeconômica, o quanto as mudanças de comportamento social podem interferir no crescimento ou redução de demanda de um produto ou serviço, podemos perceber que as empresas em sua maioria ainda utilizam as técnicas tradicionais como o “Business Intelligence”, para elaborar o planejamento estratégico.

O “BI” tradicional olha apenas para o passado de dados internos da organização, que atrelados a indicadores econômicos externos, no máximo geram uma projeção com base histórica, como se os aspectos econômicos e sociais seguissem uma repetição infinita.

Sabemos que assim como todo ecossistema que habitamos vive em constante processo evolutivo, os aspectos socioeconômicos que envolvem qualquer tipo de negócio seguem evoluindo e mudando constantemente e em uma velocidade cada vez maior.

Então por que tantos gestores ainda insistem em fazer um plano estratégico baseados apenas no passado?

fonte: tech4

O emocional tem uma grande participação nestas decisões. É característica da natureza humana buscar a segurança nos fatos já conhecidos. Nosso cérebro grava nossas experiencias positivas e negativas e com base nelas ativa as reações do nosso organismo. Quando tomamos decisões, este processo está agindo dentro de nós, sempre vamos buscar as soluções que nos trazem mais conforto.

Só que para angústia humana, a natureza gosta de “adrenalina” e não se repete. Sendo assim, somos forçados a sair da área de conforto, e começar por aceitar que tudo muda, inclusive o mercado em que nossas organizações atuam.

A chave para se precaver destas mudanças e trazer um pouco de conforto a nossa alma humana, está nas técnicas de análise avançadas (Advanced Analytics).

Segundo artigo da McKinsey sobre este tema, as principais características do Advanced Analytics que apoiam o planejamento estratégico mais assertivo são:

- Reduzir o viés nas decisões: Calibrando a probabilidade de sua estratégia ter sucesso antes você alocar recursos.

- Descobrir novas oportunidades de crescimento: Complementando o tradicional “brainstorming”, pode revelar oportunidades ocultas de crescimento.

- Identificar as tendências em estágio inicial: Em tempo real, pode apontar tendências sobre como está evoluindo o seu contexto de negócios, permitindo que sua empresa possa desencadear grandes movimentos antes que seus concorrentes o façam.

- Antecipar dinâmicas de mercado: Através da análise combinada de diversas variáveis, pode apontar o impacto de múltiplos cenários, permitindo ações preventivas e prescrever reações diante desses diversos aspectos.

Além de reduzir a influência da experiencia pessoal dos gestores na tomada de decisão, as técnicas de Analytics permitem que todo investimento ou redução de custos do plano estratégico sejam baseados em fatos, dados e cálculos estatísticos. Com isso a margem de erro pode ser mensurada e planejada.

fonte: Global Treasury

Graças aos volumes cada vez maiores de dados gerados e coletados pelas empresas, tais técnicas tendem a ser mais assertivas, pois todos os passos da economia mundial hoje passam por algum canal digital e lá deixam seus rastros.

O que precisamos fazer é preparar os gestores e suas equipes para utilizarem tais mecanismos de forma cada vez mais intuitiva. A cultura de “orientação à dados” deve permear todas as atividades dentro da empresa.

Fontes:

Site Mckinsey — The Strategy Analytics Revolution — https://www.mckinsey.com/business-functions/strategy-and-corporate-finance/our-insights/the-strategy-analytics-revolution

Site Global Treasury — Advanced Analytics as a tool for strategy treasury https://www.theglobaltreasurer.com/2017/05/08/advanced-analytics-as-a-tool-for-strategic-treasury/

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Janete Ribeiro

Analytics Data Services CEO, Chief Data Officer Certified by MIT, MsC Business Administration, SENAC University Professor