O líder orientado a dados

Janete Ribeiro
4 min readSep 22, 2021

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fonte: shutterstok

Em uma era em que todos os setores da economia são orientados à dados, as lideranças não poderiam seguir um caminho distinto.

Por isso hoje falaremos sobre como é liderar orientado à dados.

A arte da “liderança” nunca foi tão requisitada quanto nos tempos atuais. Sempre se falou das diferenças entre “gestores” e “líderes”. Uma coisa é administrar uma empresa, um departamento, outra coisa é liderar uma empresa ou departamento.

Havia uma crença de que “liderança” era um “dom”, algo que você nasce com ele ou não. Com o passar das décadas, novas teorias apoiam a ideia de que você pode desenvolver tais características ao longo da vida. Sendo assim, é possível tornar-se um “líder” mesmo não tendo nascido com esse “talento”.

As teses sobre liderança são sempre qualitativas, baseadas em comportamentos, sentimentos, impressões, pouco apoiadas em dados estatísticos.

Em uma sociedade orientada a dados, o ideal é combinar esses dois universos.

O processo de transformação digital vai muito além do uso de tecnologias. A frase anterior, tem sido repetida inúmeras vezes em diversos canais, para que todos fixem isso.

A transformação digital, transforma comportamentos e a forma que a humanidade se relaciona entre si e com o meio ambiente.

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Tudo está sendo transformado a medida em que estamos cada vez mais conectados, trocando informações instantâneas com pessoas de todas as partes do mundo e assim ampliando cada vez mais nossa capacidade de aprendizado e interpretação das relações humanas.

Essa dimensão grandiosa que as novas tecnologias nos dão atualmente afetam todas as formas de relacionamento, principalmente as relações no ambiente de trabalho.

As lideranças extremamente hierarquizadas do século XX não funcionam mais. No século XXI as empresas são enxutas e as carreiras horizontais.

Os profissionais das gerações Y, Z e mesmo os das gerações anteriores que estão na ativa, não querem mais atuar em ambientes extremamente hierárquicos, com planos de carreira que levam séculos e totalmente decididos pela empresa.

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As gerações digitais não gostam da ideia do trabalho como castigo a ser cumprido para se obter alguma felicidade quando já não tiver mais saúde para desfrutá-la.

Neste cenário, atrair talentos e mantê-los na sua equipe requer muito mais do que recompensas financeiras ou piscina de bolinhas, moveis coloridos e mesas de jogos como pensam alguns gestores que estão em “fase de transformação”.

Com a crise sanitária, muitos gestores que adoram a “micro gerencia”, ou seja, controlar até quantos espirros o funcionário dá durante o horário comercial, ficaram sem chão.

Fazer a gestão de equipes remotas requer não apenas recursos tecnológicos que garantam a qualidade de conexão e segurança, mas também a empatia para perceber que a empresa está invadindo o ambiente “pessoal” do funcionário.

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Aí entra a gestão do futuro, o líder orientado a dados, sabe usar os dados a seu favor. Sabe através de análise de dados dos seus colaboradores, o perfil de cada um. Quem vive em regiões mais bem atendidas por conexão e quem não. Essa informação já permite diferenciar a forma de planejar as atividades destes diferentes perfis de colaboradores.

Mas como sempre colocamos, os dados sozinhos não resolvem nada. Sempre é preciso saber interpretá-los e utilizá-los estrategicamente. Esta é uma característica valorizada nos líderes atuais.

As características pessoais (soft skills) são fundamentais neste processo de transformação de “gestores” em “líderes orientados a dados”.

Primeiro, é preciso ter “vontade” de evoluir.

Ninguém muda seu comportamento por imposição externa. As pessoas simulam mudanças quando sofrem imposições, mas mudar, evoluir de verdade, só quando decidem isso por elas mesmas.

Se você deseja realmente evoluir e se transformar em um líder da nova era, terá que antes de mais nada fazer uma viagem interna e decidir se é isso mesmo que você quer para sua vida.

Hoje há inúmeras opções nas carreiras horizontais de se obter recursos financeiros para uma vida de qualidade sem a necessidade de se tornar “gestor”. Muito diferente do ambiente corporativo do século XX, onde se você quisesse ter uma situação financeira confortável teria que se tornar gestor, mesmo que isso não fosse seu desejo.

A liderança no século XXI é uma opção, não a única saída. Talvez essa seja a maior transformação dessa era.

Fonte: Site HSM University — https://hsmuniversity.com.br/blog/lider-do-futuro/

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Written by Janete Ribeiro

AI/ML Specialist, Chief Data Officer Certified by MIT, MsC Business Administration, SENAC University Professor

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