Internet Of Behavior
Creio que todos já tenham ao menos ouvido falar sobre IoT (Internet Of things), a internet das coisas. Equipamentos inteligentes que se comunicam através de sensores.
Que os IoTs geram uma gama exponencial de dados, também não é novidade para maioria da população e que com a implementação das redes 5G teremos a interconexão entre estes equipamentos e geraremos mais dados ainda, também vem sendo muito comentado.
Nestes cenários sobram oportunidades e adversidades. Há grandes oportunidades de venda de produtos e serviços atrelados a infraestrutura 5G, armazenamento, segurança, tratamento e análise de dados, bem como a venda de sensores e serviços de consultoria. Há também as adversidades políticas entre os países que dominam a tecnologia 5G, os riscos dos ataques hackers, o alto consumo de energia, a falta de profissionais capacitados, o desemprego e as desigualdades.
Mas já em 2019, a consultoria estratégica Gartner falava do crescimento da IoB (Internet Of behavior), a Internet dos Perfis. E o que seria esta nova onda?
Com um número cada vez maior de usuários e objetos(sensores) interconectados toda movimentação humana pode ser monitorada ou rastreada através da internet. No relatório de tendências para 2020 do Gartner eles mencionavam o seguinte: “A coleta e uso de dados gerados pelos dispositivos IoT fornecem insights valiosos sobre os comportamentos, interesses e preferências dos usuários, isto foi denominado como a Internet of Behavior (IoB). Espera-se que a tecnologia emergente abra inúmeras possibilidades nos negócios, finanças pessoais, locais de trabalho e muito mais. O Gartner prevê que o IoB se tornará parte da vida humana, com mais de 3 bilhões de pessoas sob sua influência em 2023.”
Os insights ora mencionados, podem ser desde seus hábitos de consumo, como seus hábitos de trabalho e estudo, já que na era COVI-19, estamos praticamente 90% do tempo conectados.
Como sempre temos o lado bom, que possibilitará as empresas a desenvolverem ações assertivas na oferta de produtos e serviços, muitas vezes se antecipando a demanda de mercado, ativando todo ciclo produtivo de forma antecipada, fazendo uso dos algoritmos preditivos e da inteligência artificial na gestão logística e de toda cadeia produtiva. Isso com certeza proporcionará melhor satisfação do cliente final.
Na educação, poderemos desenvolver técnicas evoluídas de ensino e aprendizagem de acordo com o perfil individual do aluno. Aprendizagem personalizada e portanto mais eficaz.
Na saúde então, teremos acesso as características únicas de cada um e seus tratamentos também poderão ser desenvolvidos de forma personalizada.
A IoB proporcionará que os “chatbots” possam mais que responder perguntas obvias pré-programadas, possam literalmente falar a linguagem do consumidor, com todas as suas características.
Por trás de todo esse universo fantástico da sociedade superinteligente ou sociedade 5.0, temos as dificuldades da sociedade atual. Nos países como o Brasil a infraestrutura obsoleta ou inexistente em determinadas regiões inviabiliza a conectividade, a defasagem do nível educacional da população impede o acesso a essas facilidades para um grande número de habitantes.
Isso sem falar no uso criminoso dos dados, os ataques cibernéticos, a insegurança geral.
Bom uma vez conhecendo o lado bom e o lado mal, o próximo passo é planejar o caminho para obtermos o lado bom e vencermos o lado mal.
Como sempre, a tecnologia e o conhecimento nos abrem novos horizontes, que trazem inúmeras possibilidades e cabe sempre a nós escolhermos o caminho a ser percorrido. A inteligência humana está nessa escolha.
Em um próximo artigo falaremos de como a Inteligência Artificial viabiliza a IoB.
Fontes:
Gartner 2020 predictions — https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2019-22-10-gartner-unveils-top-predictions-for-it-organizations-and-users-in-2020-and-beyond
Site Analytics Insight — https://www.analyticsinsight.net/what-is-internet-of-behaviour-iob-the-negative-side-explained/